Dani Calabresa teria denunciado Melhem após ser cortada de programa

A decisão de Dani Calabresa de denunciar Marcius Melhem por assédio sexual teria ocorrido dias após a humorista ser cortada de um novo programa na Globo, o Fora de Hora.
De acordo com informações divulgadas pelo colunista Ricardo Feltrin, do UOL, testemunhas afirmam que Dani teria sido dispensada depois de membros do novo quadro humorístico reclamarem de sua participação nele. Melhem, então, avisou que a loira estava fora dos planos, e que Renata Gaspar iria apresentá-lo.
Dias depois, Calabresa teria ido ao Departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA) e feito a denúncia de assédio moral contra Melhem. A denúncia de assédio sexual, formalizada dois meses depois, teria coincidido com outra informação que desagradou Dani: a de que ela não havia sido escalada para o especial de humor fim de ano.
O Fora de Hora esteve no ar no primeiro trimestre de 2020 e foi encerrado, assim como o núcleo de humor da Globo, que era comandado por Melhem.

Em dezembro de 2020, a Revista Piauí publicou uma matéria sobre o caso de assédio sexual e moral envolvendo Marcius Melhem. A reportagem traz detalhes de como era o comportamento do humorista nos bastidores da emissora Reprodução/TV Globo

Porém, em 2021, a reportagem foi proibida de ser veiculada pela Justiça do Rio de Janeiro, pois violava o sigilo do processo judicial. Quase um ano após a proibição, o caso teve novos desdobramentos Reprodução/TV Globo

De acordo com a investigação, entre 2010 e 2019, o humorista teve comportamentos impróprios e inadequados em diversas ocasiões, nos mais variados locais, entre eles, os Estúdios Globo Divulgação/Globo

No texto, a publicação descreve um episódio em que Melhem teria agarrado e tentado beijar uma atriz de Tá no Ar à força, num flat da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro Reprodução/TV Globo

A atriz é uma das oito mulheres – todas ex-subordinadas de Melhem na Globo – que acusaram o humorista de assediá-las sexualmente e, em alguns casos, moralmente Globo/Divulgação

Uma delas contou que no flat em que a Globo alugava para funcionar como redação do núcleo de humor, Melhem recebia atrizes de “cuecas, com as calças abaixadas ou sem calças” Reprodução/TV Globo

Outra disse que ele a chamava de “piranha” e propunha ter relações sexuais com as colegas de trabalho. Mais de uma das vítimas disse que foram profissionalmente boicotadas por terem resistido às investidas sexuais do artista Divulgação/TV Globo

Dani Calabresa foi uma das atrizes que acusou Marcius de assédio moral e sexual. Ela alega que desde que entrou na emissora, em 2015, sofreu diversos assédios e boicotes por parte de Melhem, que era seu chefe na época, como coordenador do Departamento de Humor Reprodução/TV Globo

Após as acusações de Calabresa, no final de 2019, o caso passou a ser investigado nos bastidores da emissora. Daniela Ocampo, auxiliar de Melhem, mobilizou a equipe de humor para assinar uma carta de apoio ao diretor, com 55 signatários Reprodução/Instagram

Em março de 2020, a Globo emitiu uma nota afirmando que Marcius seria afastado das suas funções por quatro meses para acompanhar um tratamento da filha no exterior Reprodução/TV Globo

Após se passarem os meses de afastamento, a emissora emitiu outra nota comunicando a saída definitiva do diretor de humor. Porém, não houve nenhuma menção aos crimes que ele teria cometido Reprodução/TV Globo

Em depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher, Melhem negou as acusações e garantiu que sempre respeitou as mulheres com as quais trabalhou. Melhem recorreu diversas vezes à palavra “brincadeira” para se defender das acusações que as atrizes lhe fazem e disse que todas as práticas eram consensuais Reprodução/TV Globo

Segundo ele, as mulheres se juntaram a outras colegas com o objetivo de destruir sua reputação. Na opinião dele, trata-se de vingança profissional e até passional em um dos casos Reprodução

O caso ainda não tem previsão para ser encerrado e segue sendo investigado. Melhem, por decisão da Justiça, está proibido de tentar contato com as vítimas que o acusam e divulgar conversas privadas que tenha mantido com elas Reprodução/Instagram
0Outro lado
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que representa Calabresa, afirmou à coluna de Ricardo Feltrin que não se manifestaria “porque o processo segue em segredo de Justiça”. Já a defesa de Marcius Melhem declarou que o sigilo do processo “não o favorece, e que por ele tudo seria aberto, às claras e transparente. Mas, enquanto houver sigilo, ele será respeitado”.
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