Repórter ucraniano pede morte de crianças russas e cita nazismo

O repórter ucraniano Fakhrudin Sharafmal causou polêmica após defender a morte da população russa, inclusive de crianças, na TV Canal 24. O comentário aconteceu em meio à guerra travada entre a Ucrânia e a Rússia. O jornalista ainda fez referência a Adolf Eichmann, um dos mais conhecidos líderes da Alemanha nazista, aliado de Adolf Hitler e um dos principais organizadores do Holocausto.
Sharafmal alegou que deve “ser imparcial e se manter equilibrado”, porém, dado o cenário atual, “tem sido muito difícil permanecer calmo”.
“Já que estamos sendo tachados de ‘nazistas’ e ‘fascistas’ pela Rússia, eu poderia citar Adolf Eichmann, que disse que, para destruir uma nação, é necessário começar matando seus filhos. Se você matar os pais, seus filhos vão crescer e, eventualmente, irá vingar a morte deles, mas se você matar as crianças primeiro, elas nunca vão crescer e a nação vai perecer”, afirmou.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra Anastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse local Pawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km Getty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país caso os ucranianos não desistissem da ideia Andre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país Poca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro Kutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território AFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado Will & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles Vostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
0No fim de sua fala, ele ainda se predispôs a assassinar crianças russas, uma vez que o exército, por questões legais, não pode cometer crimes contra crianças: “Devemos vencer e, se para isso eu tiver que massacrar famílias russas, estarei ansioso para fazer isso. Glória à nação ucraniana”.
A declaração do repórter logo repercutiu nas redes sociais e a emissora ucraniana publicou um pedido de desculpas de Sharafmal.
De acordo com o repórter, sua fala se deu em um momento de “dor e tristeza” por saber da morte do comandante Pavel Sbitov, do 503º Batalhão de Fuzileiros Navais da Ucrânia, de quem ele era amigo. “Mais uma vez, peço desculpas”, diz no comunicado.
No Nazism in Ukraine they said…
Ukrainian TV, prime time. The host quotes Adolf Eichmann (SS Nazi, one of the major organisers of the Holocaust!) and urges to kill all Russians, including children…
No Nazism in Ukraine they said… pic.twitter.com/uJ5nKwFRwz
— MFA Russia 🇷🇺 (@mfa_russia) March 16, 2022