Vilão de Cidade Invisível, Marcos de Andrade analisa personagem: “Representa o Brasil”

Críticas sociais se misturam ao universo fantástico do folclore brasileiro em Cidade Invisível. A série nacional da Netflix conquistou fãs, mas também apresentou importantes reflexões para quem assistiu, e quem trabalhou na trama. Ao menos é o que pensa o ator Marcos de Andrade, que vive o personagem Danilo, o garimpeiro capanga da família Castro.
“Ele é desses personagens que você tem que fazer um ajuste espiritual com você mesmo para interpretar”, compartilha o ator em entrevista ao Metrópoles. Ele explica ainda que o personagem pode ser considerado um vilão bem atual, que tem relação direta com as questões vividas hoje no Brasil.

Marcos de Andrade Foto: Caio Oviedo

Ele é Danilo em Cidade Invisível Foto: Netflix/Divulgação
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Esse é o trabalho mais recente do ator Foto: Netflix/Divulgação

Marcos de Andrade Foto: Caio Oviedo
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Ele acredita que garimpos ilegais e exploração de indígenas são assuntos urgentes no país Foto: Caio Oviedo

Marcos é ator Foto: Caio Oviedo
0“Ele tem uma questão simbólica muito clara de ser esse braço armado de um certo tipo de elite. E quando ela faz uso de violência, essa elite precisa de figuras como o Danilo. São essas pessoas que seguram a pistola, são os que fazem o trabalho sujo, enquanto os figurões estão em suas reuniões com máscaras e e tentando organizar para nunca parar de ganhar, nunca para nunca, nunca ter seu poderio ameaçado.”
O trabalho sujo de Danilo em Cidade Invisível perpassa por uma realidade muito comum no país ainda hoje: exploração de povos indígenas e existência de garimpos ilegais. Temas esses que Marcos considera urgentes e importantes de serem discutidos.
“Acho que no fundo tudo meio que esbarra numa questão que é quase o mote principal do Brasil, que é a questão da terra. Como a guerra gerou violência e como a divisão e a disputa pela terra, e o roubo dela às vezes, gerou modos de violentar, especialmente os povos originários”, analisa o ator, que acredita que a série pode contribuir “um bocadinho” com esse debate.
A vida off-line e próximos passos de Marcos de Andrade
Diferente da grande maioria dos artistas, que aproveitam cada vez mais as redes sociais para se autopromover, Marcos é do tipo que prefere não manter perfis em aplicativos como Instagram. Para ele, são locais em que as pessoas criam máscaras para viver e acabam ficando ligadas a um outro universo em que elas querem ser vistas de determinadas formas.
window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: "thumbnails-c-3x1", container: "taboola-mid-article", placement: "Mid Article", target_type: "mix" });Do outro lado, ele confessa nunca ter tido vontade de se expor e preferir a vida tranquila que leva com a companheira e alguns gatos. “Gosto de saber que a gente está aqui e que isso ainda não está relacionado com o todo, com tudo que está acontecendo. Se eu entrasse nessa roda vida, eu ia parar de me relacionar com ela, comigo mesmo”, conta Marcos de Andrade.

Entre momentos de intimidade, leituras de Dostoiévski e consumo de notícias, o artista tem se dedicado a diferentes projetos. Na lista de previsões estão uma peça de teatro na qual ele trabalha como diretor, uma adaptação de Electra, de Sófocles, e outra em que se apresenta como ator, a adaptação de Homem do Subsolo.
Além disso, ele deve voltar ao catálogo da Netflix em breve como parte do elenco da produção ficcional inspirada no evento conhecido como a Chacina da Candelária. “É um trabalho muito, muito, muito lindo”, adianta. Marcos conta ainda que tem um novo trabalho assinado com a Globo e novidades também no cinema.