Oposição a Putin, Partido Comunista russo apoia invasão à Ucrânia

O Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), principal legenda de oposição ao presidente Vladimir Putin, se posicionou a favor da ação militar na Ucrânia. Em nota divulgada na sexta-feira (25/2), o partido alegou a necessidade de “desmilitarização” e “desnazificação” do país do Leste Europeu, como forma de garantir uma paz duradoura.
Para o presidente do PCFR, Gennady Zyuganov, um dos objetivos dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é “escravizar a Ucrânia.”
Para os comunistas, os ucranianos “não podem ser vítimas do capital mundial e dos clãs oligarcas”.
“Impelir os provocadores de Kiev à paz e conter a agressividade da OTAN tornou-se o imperativo da época. Somente a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia pode garantir segurança duradoura para os povos da Rússia, Ucrânia e de toda a Europa”, diz o texto.
“Os planos dos EUA e de seus satélites da OTAN de escravizar a Ucrânia não devem ser realizados. Estes planos agressivos criam ameaças críticas para a segurança da Rússia. Ao mesmo tempo, eles contradizem de forma flagrante os interesses do povo ucraniano”, afirma a agremiação.
A nota foi divulgada na sexta-feira (25/2), um dia depois da invasão da Ucrânia ordenada por Putin.
Além do PCRF, outras legendas se manifestaram em apoio a Putin. Entre elas, a Rússia Justa (centro-esquerda). Seu líder, Sergei Mironov, disse que a operação “não é contra o povo da Ucrânia” e atacou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Para ele, Zelensky é “covarde, mentiroso e canalha”.
Leia a íntegra da nota do Partido Comunista da Federação Russa:
A militarização da Europa Oriental após a dissolução do Tratado de Varsóvia é um fato. Os projetos agressivos de Washington foram demonstrados no processo de destruição da Iugoslávia. Os planos dos EUA e de seus satélites da OTAN de escravizar a Ucrânia não devem ser realizados. Estes planos agressivos criam ameaças críticas para a segurança da Rússia. Ao mesmo tempo, eles contradizem de forma flagrante os interesses do povo ucraniano.
Os EUA procuram aumentar suas vantagens competitivas no mundo global a todo custo. Não é desencorajado pelo fato de que sanções contra a Rússia, o torpedo do Nord Stream-2 e a ameaça de guerra na Europa significam perdas econômicas pesadas para os países da zona do euro. É particularmente importante que os povos do mundo tomem consciência da natureza aventureira da política de Washington e recordem a experiência de amplos movimentos antiguerra. O desdobramento de tal movimento asseguraria solidariedade com os povos amantes da paz da Rússia e da Ucrânia e protegeria seu direito ao desenvolvimento independente.
O PCRF procede da necessidade de desmantelar os resultados de muitos anos de esforços para Banderizar a Ucrânia. A verdadeira política em seu território é ditada de muitas maneiras por nacionalistas raivosos. Eles aterrorizam o povo ucraniano e impõem às autoridades um rumo político agressivo. Ao ceder a esta pressão, Zelensky traiu os interesses de seus compatriotas que o elegeram como presidente de paz em Donbass e de boas relações de vizinhança com a Rússia.
Na situação em que a Federação Russa tomou uma posição em defesa do povo de Donbass, é necessário prestar toda a assistência possível aos refugiados e à população civil do DPR e do LPR. Apelamos para que nossa sociedade lhes preste todo o apoio e apoio necessário.
Impelir os provocadores de Kiev à paz e conter a agressividade da OTAN tornou-se o imperativo da época. Somente a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia pode garantir segurança duradoura para os povos da Rússia, Ucrânia e de toda a Europa. Consideramos importante fazer amplo uso dos métodos da diplomacia popular e da cooperação humanitária para proteger a paz e impedir o ressurgimento do fascismo.
A posição estratégica do CPRF é bem conhecida: a principal garantia de paz, esforço criativo e desenvolvimento é o movimento pelo caminho do progresso social e da justiça social, o caminho do socialismo.
Presidente do CC CPRF
Gennady Zyuganov

Reprodução/ Redes sociais

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Ucranianos tentam bloquear tanques russos com seus corpos e bicicletas Reprodução/Twitter

Veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk Anton VergunTASS via Getty Images

Uma coluna de veículos militares russos é vista perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk Anton VergunTASS via Getty Images

Um veículo militar russo é visto perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk Anton VergunTASS via Getty Images

Militares russos são vistos perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk Anton VergunTASS via Getty Images

Motorista registra explosão de posto de gasolina no sul da Ucrânia Reprodução/Redes Sociais

Militares são vistos perto da vila de Oktyabrsky, região de Belgorod, perto da fronteira russo-ucraniana. No início de 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Putin, anunciou sua decisão de lançar uma operação militar especial depois de considerar os pedidos dos líderes da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk Anton VergunTASS via Getty Images

Forças de segurança ucranianas detêm um suspeito na capital ucraniana, Kiev, enquanto o ataque militar da Rússia na Ucrânia continua em 26 de fevereiro de 2022 Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
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