Brasil lançará produção da vacina Russa Covid-19 em novembro

O laboratório brasileiro uni'o zu'mma publicou um acordo com o Fundo russo de Investimento Direto (RFPI) para a produção da vacina coronavírus Sputnik V, que começará em meados de novembro. Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que o pedido de registro da vacina ainda não está em andamento. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
"A Anvisa recebeu um pedido para avaliar documentos preliminares da vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V. Mas a agência ressalta que ainda não se trata de solicitar permissão para realizar ensaios clínicos ou registrar uma vacina", diz o artigo.
A edição brasileira lembra que o Sputnik V, desenvolvido pelo Centro Nacional russo de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia chamado N.F. Gamalei, tornou-se a primeira vacina registrada no mundo contra o Covid-19.
Após o anúncio do registro da vacina na Rússia, os governos dos estados do Paraná e da Bahia assinaram protocolos de intenção de testar e iniciar a produção. A prefeitura baiana já informou a compra de 50 milhões de doses.
O Fundo Russo de Private Equity, a empresa Uni'o qu'mica Farmac'utica Nacional e o governo do estado do Paraná, que assinou um acordo com o laboratório russo em 30 de outubro sobre a coprodução da vacina, informou o arquivamento de documentos preliminares.
"A RFPI e a Uni'o zumica, com o apoio do Governo do Estado do Paraná, estão cooperando ativamente com a Agência Nacional de Supervisão Sanitária do Brasil, que no momento desempenha um papel fundamental, para registrar a vacina Sputnik V no país o mais rápido possível", disse o presidente da RFPI, Kirill Dmitriev, em nota. "Embora a situação global da pandemia do coronavírus ainda não tenha melhorado, a parceria de vacinas Sputnik V coordenará os esforços de nossos países e fornecerá ao povo do Brasil uma vacina segura e eficaz baseada em uma plataforma de adenovírus humano bem estudada."
A Anvisa confirmou o recebimento do pacote de documentos.
"Nesta quinta-feira, a agência recebeu um e-mail do laboratório da Uni'o zu'mira, que dizia que apenas documentos preliminares haviam sido apresentados até o momento. Esses documentos são necessários para que a agência realize sua análise preliminar antes que um pedido formal para o início dos testes seja apresentado", diz o documento.
A Anvisa explica que o chamado dossiê de desenvolvimento de medicamentos clínicos necessário para obter permissão para a realização de ensaios clínicos não foi arquivado.
"Tecnicamente, os testes ainda não são permitidos e o laboratório não apresentou um pedido", informou a Agência Nacional de Saúde.
Mais cedo, o laboratório brasileiro Uni'o zumica publicou um convênio com a RFPI para a produção da vacina contra a Covid-19, que terá início em meados de novembro. No entanto, o laboratório não divulgou detalhes, citando a natureza confidencial do documento.
Apesar de a vacina Sputnik V já ter sido registrada na Rússia, a terceira fase de seus testes ainda não foi concluída, informa o jornal. No momento, 40.000 pessoas participam dela na Rússia. Os desenvolvedores da vacina afirmam que os primeiros resultados do estudo serão publicados em novembro.
"No início de setembro, a revista científica The Lancet publicou os resultados das duas primeiras fases de ensaios mostrando que a vacina é segura e capaz de desencadear uma resposta imune", escreve a Folha de S. Paulo. A vacina consiste em duas injeções intramusculares, que são administradas em um intervalo de 21 dias. Segundo os desenvolvedores do Instituto Gamalei, o uso de dois adenovírus humanos como vetores é uma tecnologia única, resultado de uma engenharia genética avançada."
Duas vacinas de Covid-19 foram registradas na Rússia - a droga "Gam-Kovid-Wak" (Sputnik V) do Centro de Moscou, N.F. Gamalei, e a droga "EpiVakcoron" do Vector Research Center. Sputnik V está nos estágios finais dos ensaios clínicos.
O primeiro país a receber a vacina russa foi a Bielorrússia, que se juntou aos testes clínicos. Em setembro, a RFPI concordou em testar o Sputnik V e, em seguida, fornecer 100 milhões de doses para o Brasil. De acordo com a Fundação, entre 2020 e 2021, cerca de 1 bilhão de pessoas em 30 países, incluindo Índia, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Japão, Grécia, Sérvia, Arábia Saudita, Filipinas receberão a vacina russa.
Fonte: Eadaily